terça-feira, 2 de junho de 2009

As últimas pandemias da história

As últimas pandemias da história


Antes de tudo, a definição. Pandemia, em essência, é uma enfermidade epidêmica disseminada em larga escala: por um continente, ou por todo o planeta.Sob olhos atentos de toda a população, até o último dia de abril, a gripe suína ainda não é considerada pandêmica pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Está no Período de Alerta, na Fase 5 da escala, nominada quando há surtos significativos em dois ou mais países de uma região - a um passo de avançar para a derradeira Fase 6, que é a pandemia em si.
A mudança de estágio só acontecerá, entretanto, se a transmissão do vírus na população avançar para outra região. Não há como cientistas e médicos preverem os progressos do transmissor H1N1 influenza A., tampouco a dimensão de um possível desastre. Vacinas estão sendo criadas, mas há poucas certezas científicas, apesar de
pesquisas espalhadas pelo mundo todo, inclusive no Brasil.
Mesmo assegurando que o contágio só ocorra entre humanos de maneira similar à gripe (por meio de vias aéreas e contato direto ou indireto com pessoas ou objetos infectados), as autoridades e os pesquisadores do ramo de saúde tem como única fonte de estudo confiável os casos passados. Segundo declarações da própria OMS, a análise médica e social das antigas pandemias deve ser levada a sério a fim de originar novas idéias e soluções para a nova ameaça.

Algumas doenças pandêmicas, como a Peste Negra na Idade Média, foram devastadoras e não por acaso são as mais conhecidas. Poucas não causaram o estrago que se imaginara e outras, em especial nos últimos anos, não chegaram a ser, efetivamente. Isto é, não passaram do estado de alerta.
A SRAS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) em 2003, e a gripe aviária (H5N1) são exemplos de epidemias que não chegaram ao nível emergencial.
Entre tantos surtos e alardes, leia, a seguir, sobre as verdadeiras três pandemias mundiais do século XX.
1918 e 1919 – Gripe espanhola: A primeira pandemia do século XX surgiu no período de 1918 a 1919 e contaminou de 20% a 40% da população mundial e matou mais de 40 milhões de pessoas. Também conhecida como peste pneumônica, o primeiro caso foi notado nos Estados Unidos, no Kansas e em Nova Iorque.
No Brasil, cerca de 300 mil pessoas faleceram, matando até o Presidente da República da época, Rodrigues Alves, durante seu segundo mandato, em 1919.
Tido como uma espécie ímpar da gripe, o vírus foi devastador devido à estimulação excessiva da resposta imunológica inata nos homens. Foi, segundo os historiadores, a pior pandemia do século.
Recentemente, um estudo da Nature disse que vírus da influenza A, causador da doença, também é letal em primatas não humanos.

1957-1958 – Gripe asiática: O vírus H2N2 fez suas primeiras vítimas na China, onde teve seu primeiro isolamento. Em dois meses, a doença se espalhou por Hong Kong, Singapura, Índia e todo o Oriente. Depois foi a vez de África, Europa e, por último, Estados Unidos, onde causou aproximadamente 70 mil mortes.
Em dez meses, o vírus se espalhou por todo o mundo devido à popularização das viagens aéreas e à sua variação antigênica. O número de vítimas mortais chegou a dois milhões. A OMS diz que esta gripe pode ter contaminado até 80% da população mundial.

1968-1969 Gripe de Hong Kong: Coerente ao nome, a Gripe de Hong Kong surgiu no próprio país e é a última do século XX. A OMS diz que foi causada por uma “nova variação maior na hemaglutinina (que liga o vírus ao receptor da célula) do vírus Influenza A H3N2 ”.
Ao contrário da Gripe asiática, ela demorou a se disseminar para outros países. Quase meio ano depois dos casos na Ásia, o fenômeno chegou aos Estados Unidos, por exemplo.

Números da OMS sugerem que um milhão de pessoas morreram, bem menos do que a pandemia de dez anos antes. Os motivos que colaboraram para isso foram a própria experiência de isolamento das vítimas e também a evolução dos antibióticos para lidar com infecções bacterianas secundárias.

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